O compromisso com o combate à violência contra as mulheres ganha destaque nas ações da Prefeitura de Rio Branco, que busca intensificar a conscientização e informação da população sobre esse grave problema social. Na quinta-feira (24), a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) juntamente com os servidores do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) Cidade do Povo, realizou uma palestra voltada para as mulheres do conjunto habitacional.
O evento reuniu mulheres participantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), proporcionando um espaço de discussão sobre os diversos tipos de violência enfrentados pelas mulheres e os recursos disponíveis para denúncia.
Thayane Sayonara, agente social do Cras, ressaltou a importância de compreender que a violência não se limita ao aspecto físico, mas abrange também o âmbito intelectual: “As mulheres precisam entender que não podem mais aceitar essa situação de estar no meio da violência, que você pode ser violada, porque a violência não é só física, mas também intelectual.”
A palestra foi seguida por um momento de concentração em frente ao Cras, onde as mulheres aguardaram outras participantes para uma caminhada pela Cidade do Povo, distribuindo panfletos informativos. A diretora de Direitos Humanos da SASDH, Rila Freze, destacou a relevância dessas ações para levar informações até as mulheres em suas residências.
Rila Freze afirmou: “A importância é conscientizar, chegar até as pessoas que não podem vir até aqui, fazer a conscientização individual em suas casas, cada vez mais conscientizar a população de que é importante a denúncia no caso da violência contra a mulher, mesmo com a prefeitura trabalhando continuamente todo o ano, mas no mês de agosto intensificamos, por ser o mês de aniversário da Lei Maria da Penha.”
Os números não negam a necessidade de ações como essa. Em 2023, a Rede de Observatórios da Segurança registrou 2.423 casos de violência contra a mulher, revelando que a cada quatro horas, em média, uma mulher é vítima de violência. A maior parte dos casos tem como autores companheiros ou ex-companheiros das vítimas, responsáveis por 75% dos casos de feminicídio, frequentemente motivados por brigas e términos de relacionamento.
Francisca Ferreira, que já vivenciou violência física por parte de seu ex-companheiro, compartilhou sua experiência e incentivou outras mulheres a buscarem ajuda: “O recado que eu tenho a dizer é que ela deve procurar uma ajuda porque começa com um simples tabefe até findar a morte, porque ele diz que muda, mas eu digo, por experiência própria, que não, se eu não tivesse deixado ele, talvez eu não estaria aqui.”
Diante dessa realidade, a população é convidada a utilizar canais de denúncia, como o número 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou o disque 100 para denunciar violação de direitos humanos. A busca por ajuda também pode ser feita nas unidades de saúde dos bairros. A conscientização e ação coletiva são fundamentais para a erradicação da violência contra as mulheres.