Na COP 29, realizada em Baku, no Azerbaijão, o Acre participou de painéis sobre bioeconomia e repartição de benefícios de créditos de carbono. Os debates ocorreram no espaço do Consórcio da Amazônia Legal e reuniram gestores e especialistas da região.
O painel sobre programas de distribuição de recursos originados por serviços ambientais foi mediado por Letícia Guimarães, líder global de Mercado de Carbono do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Entre os temas abordados estavam os projetos Redd+ e a comercialização de créditos de carbono no mercado voluntário.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, apresentou a experiência do Acre com pagamentos de serviços ambientais em vigor desde 2012. Ele destacou que cerca de 70% dos valores recebidos foram direcionados a povos indígenas e agricultores familiares, com base em consultas com populações locais. Leonardo também anunciou a realização de novas consultas em dezembro, que incluirão sete encontros regionais para discutir a repartição de benefícios e a formulação de metodologias.
Outro tema discutido foi a bioeconomia, com a participação de Nedina Yawanawa, diretora da Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas (SEPI). Ela destacou as cadeias produtivas sustentáveis, como o artesanato, cosméticos à base de urucum, biojoias e festivais culturais, que geram renda para as comunidades indígenas. Nedina enfatizou a necessidade de inovação, tecnologia e apoio técnico para ampliar a produção e criar novas oportunidades.
Os debates na COP 29 ressaltaram a importância de integrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental na Amazônia, destacando as iniciativas locais como exemplos para a região.