A Embrapa e a ONU Mulheres formalizaram uma carta de intenções com foco na institucionalização da perspectiva de gênero nas políticas públicas voltadas ao meio rural. A assinatura ocorreu no dia 16 de abril, na sede da Embrapa, em Brasília, com participação de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
A iniciativa visa enfrentar desigualdades estruturais presentes nos territórios rurais, promover o acesso equitativo a tecnologias sustentáveis e ampliar a participação feminina em cadeias produtivas, pesquisa e extensão rural. A parceria também contempla ações de capacitação de lideranças, desenvolvimento de tecnologias sociais e articulação com programas estratégicos.
O acordo reconhece o papel das mulheres na produção de alimentos e na conservação ambiental, abrangendo agricultoras, extrativistas, pescadoras, mulheres quilombolas, indígenas, e cientistas. Um dos objetivos é fortalecer o Observatório das Mulheres Rurais do Brasil, que reúne dados sobre a realidade feminina no campo, nas florestas e nas águas.
A aliança também inclui apoio ao Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para Mulheres Rurais da Embrapa, formação em governança e liderança feminina, e estratégias para ampliar a presença das mulheres na COP 30, que será realizada em Belém.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou que a parceria une tecnologia e saberes tradicionais, com potencial de impactar políticas de gênero e sustentabilidade. Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres no Brasil, ressaltou a importância da articulação para conectar iniciativas voltadas às necessidades das mulheres rurais.
A formalização ocorre no mês em que a Embrapa completa 52 anos e marca a primeira gestão presidida por uma mulher. A agenda de gênero está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em especial o ODS 5, que trata da igualdade de gênero.
