O Brasil alcançou em agosto a marca de mais de 20 mil startups em atividade, segundo levantamento do Observatório Sebrae Startups. O total representa crescimento superior a 30% em um ano, com base na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2025, e reflete a consolidação da plataforma, criada em 2023, como o maior repositório de dados de startups da América Latina.
A distribuição regional indica liderança do Sudeste, com 35,8% do total, impulsionada por São Paulo, responsável por 22% das startups. O Nordeste responde por 24,7% e o Sul por 20,7%. Centro-Oeste e Norte somam 9,5% e 9,2%, respectivamente. Em 2025, São Paulo lidera em número absoluto de novas empresas, seguido por Santa Catarina e Pernambuco. Considerando o crescimento percentual, a Bahia registra 9%, à frente de Pernambuco (8%) e Minas Gerais (6%).
Para o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, os dados confirmam iniciativas voltadas à disseminação da inovação. “O Sebrae tem levado iniciativas para estimular a inovação em todo o país. Questões que vão, desde eventos a aporte financeiro que induzem o desenvolvimento e a competitividade do ecossistema”, disse. “Esses dados evidenciam a capacidade de inovação para setores estratégicos da economia brasileira e renova a disposição e a vocação do Sebrae em fomentar os pequenos negócios em todo o país”.
A plataforma aponta avanços em diversidade. Entre as startups ativas, 29,8% são lideradas por mulheres. No Prêmio Sebrae Startups, 12,8% das inscritas se autodeclaram lideradas por pessoas negras. “O dado mostra crescimento e, mais do que isso, espaço para novas iniciativas que promovam diversidade e inclusão nesse ecossistema”, afirmou a analista de inovação Webia Silva.
A adoção de tecnologias avançadas aparece como tendência dominante. Entre 2.655 empresas inscritas no prêmio, 48,3% demonstram alta maturidade no uso de inteligência artificial, com soluções em produção e escalabilidade; 26,7% utilizam personalização significativa de APIs de terceiros; 11,4% operam com soluções internas em fase de escalabilidade; e 10,2% já têm modelos ou algoritmos próprios em produção. Apenas 18,8% não usam IA ou tecnologias avançadas de dados. As deeptechs representam 14,8% do total. “Essas empresas, que nascem da união de conhecimento científico e tecnologia de ponta, focam em inovações com alto potencial de impacto socioambiental”, afirmou o analista de inovação Gabriel Póvoa.
Áreas temáticas também ganham espaço. Startups de impacto socioambiental correspondem a 6,2% do universo ativo, enquanto o agronegócio reúne 7,3%. Segundo o Sebrae, os dados indicam expansão do empreendedorismo inovador por todo o país e apontam setores prioritários para aplicação de soluções tecnológicas.