Em seu discurso na 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (19 de setembro de 2023), o presidente Lula ele destacou a importância da Amazônia e as ações tomadas para preservar a região.
Lula mencionou que, nos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira foi reduzido em 48%. Ele ressaltou que a Amazônia está ganhando voz e que o Brasil sediou a Cúpula de Belém, onde foi lançada uma nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte do bioma amazônico.
O presidente também mencionou que o diálogo com outros países detentores de florestas tropicais da África e da Ásia foi aprofundado. Ele expressou o desejo de chegar à COP 28 em Dubai com uma visão conjunta que reflita as prioridades de preservação das bacias Amazônica, do Congo e do Bornéu-Mekong.
Lula enfatizou que a implementação dos acordos internacionais, como o Acordo de Paris e o Marco Global da Biodiversidade, requer a mobilização de recursos financeiros e tecnológicos. Ele mencionou que a promessa de destinar 100 bilhões de dólares anualmente para os países em desenvolvimento permanece apenas uma promessa e que esse valor seria insuficiente para atender às demandas atuais.
Ele destacou ainda a importância de agir contra a mudança do clima, pensando no amanhã e enfrentando desigualdades históricas. Ele ressaltou que os países ricos cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissões de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado. Lula também mencionou que as populações vulneráveis do Sul Global são as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança do clima. Além disso, ele apontou que os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Os países em desenvolvimento não querem repetir esse modelo.
No Brasil, Lula afirmou que já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível. O país está na vanguarda da transição energética, com uma matriz energética limpa e renovável. 87% da energia elétrica no Brasil provém de fontes limpas e renováveis, como energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel. Há um enorme potencial para a produção de hidrogênio verde. Com o Plano de Transformação Ecológica, o Brasil aposta na industrialização e infraestrutura sustentáveis. Também foi retomada uma robusta e renovada agenda amazônica, com ações de fiscalização e combate a crimes ambientais.
Confira este trecho de seu discurso:
“Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissões de gases danosos ao clima.
A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado. Não é por outra razão que falamos em responsabilidades comuns, mas diferenciadas.
São as populações vulneráveis do Sul Global as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança do clima. Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo.
No Brasil, já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível. Estamos na vanguarda da transição energética, e nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo. 87% da nossa energia elétrica provem de fontes limpas e renováveis.
A geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel cresce a cada ano. É enorme o potencial de produção de hidrogênio verde. Com o Plano de Transformação Ecológica, apostaremos na industrialização e infraestrutura sustentáveis. Retomamos uma robusta e renovada agenda amazônica, com ações de fiscalização e combate a crimes ambientais.
Ao longo dos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48%. O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si. Sediamos, há um mês, a Cúpula de Belém, no coração da Amazônia, e lançamos nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma.
Somos 50 milhões de sul-americanos amazônidas, cujo futuro depende da ação decisiva e coordenada dos países que detêm soberania sobre os territórios da região. Também aprofundamos o diálogo com outros países detentores de florestas tropicais da África e da Ásia.
Queremos chegar à COP 28 em Dubai com uma visão conjunta que reflita, sem qualquer tutela, as prioridades de preservação das bacias Amazônica, do Congo e do Bornéu-Mekong a partir das nossas necessidades. Sem a mobilização de recursos financeiros e tecnológicos não há como implementar o que decidimos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade.
A promessa de destinar 100 bilhões de dólares – anualmente – para os países em desenvolvimento permanece apenas isso, uma promessa. Hoje esse valor seria insuficiente para uma demanda que já chega à casa dos trilhões de dólares”.