A Amazônia Legal reúne atualmente 2.773 startups, de acordo com o Relatório Amazônia Legal 2025 divulgado pelo Sebrae Startups. O levantamento mapeou o ecossistema empreendedor dos nove estados da região — Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins — e mostra que 62,9% das empresas estão nas fases iniciais de ideação ou validação. O estudo indica que 66,3% ainda não registram faturamento e 78,6% são classificadas como microempresas.
O relatório destaca vocações setoriais ligadas à biodiversidade, como alimentos e bebidas, agronegócio e impacto socioambiental. Quatro estados concentram 70% das startups da região: Mato Grosso lidera com 593 empresas, seguido por Amazonas (451), Pará (423) e Maranhão (420). O documento aponta que o Mato Grosso se consolidou como polo de inovação agrícola, enquanto o Amazonas e o Pará se destacam em alimentos e bebidas, e o Maranhão cresce no setor de tecnologia da informação.
Quanto ao estágio de maturidade, 36,3% das startups estão na fase de ideação e 26,6% em validação. Apenas 2,5% atingiram a fase de escala, com operação consolidada e expansão. As demais distribuem-se em tração (22,1%) e crescimento (12,5%). O Sebrae aponta que o foco ainda está na criação de produtos e validação de mercado. Entre as empresas que geram receita, 27,3% faturam entre R$ 81 mil e R$ 360 mil anuais, e 6% movimentam de R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões. Apenas 0,4% superam essa faixa.
O modelo de negócio predominante é o B2B, adotado por 36,9% das startups, seguido pelo B2C (26,9%) e B2B2C (26,4%). Na monetização, o modelo de vendas diretas é utilizado por 45,1%, enquanto o de assinatura (SaaS) aparece em 21,1%. Outras formas, como marketplace, licenciamento e publicidade, ainda têm menor adesão, mas tendem a crescer com a consolidação do ecossistema.
Entre os segmentos com maior presença estão alimentos e bebidas (12,7%), agronegócio (11,8%) e impacto socioambiental (10,8%), seguidos por saúde e bem-estar (9,8%), tecnologia da informação (8%) e educação (5,6%). O comparativo com 2024 mostra crescimento de 646 para 2.773 startups em um ano, com aumento do percentual de empresas em estágio inicial (de 49% para 62,9%) e sem faturamento (de 53,4% para 66,3%). A proporção de microempresas também cresceu, de 68,3% para 78,6%.
A participação feminina no empreendedorismo aumentou para 35,1%, e o segmento de impacto socioambiental entrou entre os três principais, ultrapassando saúde e bem-estar. O relatório também registra a mudança de liderança estadual: o Amazonas, que tinha 118 startups em 2024, foi superado em 2025 pelo Mato Grosso.
“O mapeamento serve como bússola para direcionar os esforços do Sebrae, maximizando seu impacto no desenvolvimento empreendedor da Amazônia Legal”, afirmou o diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick. O presidente do Sebrae, Décio Lima, reforçou que “os pequenos negócios estão presentes em todos os biomas brasileiros e podem impulsionar a bioeconomia e reduzir as desigualdades econômicas”.
O relatório conclui que, embora a maioria das startups ainda opere em fases iniciais, o ecossistema da Amazônia Legal apresenta potencial de crescimento e consolidação de polos regionais de inovação em setores estratégicos como agro, alimentos e bioeconomia.