O I Seminário Artesanato Brasileiro – Mãos que Promovem o Brasil foi realizado nos dias 10 e 11 de dezembro no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro. O evento reuniu especialistas, gestores públicos, economistas e artesãos para discutir o papel do artesanato no desenvolvimento regional, inclusão social e valorização cultural.
As discussões abordaram tendências e desafios do setor, com ênfase na necessidade de políticas públicas inclusivas, acesso a novos mercados e qualificação dos artesãos. O diretor de Desenvolvimento do Sebrae Rio, Sergio Malta, destacou a importância de fortalecer a economia artesanal e suas conexões com setores como turismo e economia criativa.
Marcos Lelis, economista, apresentou dados sobre a dinâmica econômica do artesanato, enquanto Lia Krucken conduziu um painel sobre artesanato como instrumento de desenvolvimento territorial. Márcio Sá, pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), trouxe informações sobre o perfil do artesanato no Nordeste e a necessidade de investimentos em infraestrutura e preservação das tradições culturais.
Entre os principais desafios identificados estão a comercialização, sustentabilidade e visibilidade dos produtos artesanais. Dados mostram que o Brasil possui cerca de 600 mil artesãos formalizados, superando o número de trabalhadores no setor calçadista. Pretos e pardos representam 53% dos artesãos, com predominância de mulheres.
Durante o evento, foram discutidas estratégias de integração entre o artesanato e outros setores econômicos. Rosângela Fidelis Martiniano apresentou o caso da Casa Wariró, iniciativa que apoia artesãos indígenas no Rio Negro, destacando a importância da diversificação de produtos e parcerias para o sucesso.
O seminário foi encerrado com um workshop mediado por Dorotea Naddeo, ex-coordenadora do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Ela destacou a necessidade de identificar vocações territoriais, elaborar planos integrados e fortalecer a governança local para promover o desenvolvimento sustentável do setor.
O CRAB, local do evento, realiza exposições e atividades para promover o artesanato nacional e dar visibilidade à cultura popular brasileira. Desde sua inauguração, o espaço já realizou 33 exposições e mantém um acervo de 1.900 peças representativas do artesanato brasileiro.