O Brasil ocupa a liderança mundial entre empreendedores que adotam medidas para minimizar os impactos ambientais de seus negócios, segundo a edição 2024 do Monitor Global de Empreendedorismo (GEM). O levantamento, realizado em 120 países, mostra que 90,2% dos empreendedores iniciais brasileiros — aqueles com até 3,5 anos de atividade — tomaram providências para reduzir efeitos ambientais, com destaque para a economia de energia e o manejo adequado de resíduos sólidos.
Essa posição vem se mantendo há pelo menos três anos, colocando o país à frente de nações como China, Canadá e Estados Unidos. O estudo também aponta que o Brasil ficou em terceiro lugar no grupo de empreendedores que consideram fatores ambientais ao planejar o futuro dos negócios, com 91,1%, e naqueles que priorizam o impacto ambiental e social acima da lucratividade, com 86,2%, atrás apenas de Índia e Guatemala. Entre as empresas já consolidadas, 81,1% afirmaram cuidar da destinação dos resíduos sólidos, e 83,4% declararam colocar sustentabilidade acima do crescimento financeiro.
O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, destacou que as micro e pequenas empresas são fundamentais nesse processo de transição. “Eles, que já atuam de forma sustentável pelo próprio modo de fazer, necessitam de apoio técnico e soluções de inovação para serem ainda mais aprimorados”, afirmou. Ele lembrou que os pequenos negócios representam 96% dos CNPJs do Brasil e respondem por 26,5% do PIB nacional, o que os torna estratégicos para a economia verde e a redução das emissões de carbono.
A pesquisa envolveu entrevistas com dois mil adultos e 58 especialistas no Brasil. Entre as principais medidas citadas pelos empreendedores brasileiros estão a redução no consumo de energia, a destinação correta do lixo e o uso de materiais recicláveis. Os dados reforçam uma tendência de valorização da sustentabilidade como diferencial competitivo e fator determinante para o futuro do empreendedorismo nacional.