Cruzeiro do Sul viveu na noite desta sexta-feira, 15 de agosto, o encerramento do 107º Novenário de Nossa Senhora da Glória, uma das maiores manifestações religiosas da Região Norte. A tradicional procissão reuniu milhares de fiéis que percorreram as ruas da cidade em homenagem à padroeira. Este ano, a celebração foi marcada por um novo capítulo em sua história: o reconhecimento oficial do novenário como patrimônio histórico imaterial do Acre, decisão aprovada pelo Conselho Estadual de Patrimônio e publicada no Diário Oficial do Estado.
Realizado anualmente na primeira quinzena de agosto, o novenário é organizado pela Diocese de Cruzeiro do Sul e envolve uma ampla programação de missas, romarias e a participação de crianças em procissões próprias. A Catedral de Nossa Senhora da Glória, considerada símbolo arquitetônico e turístico do município, é o ponto central das atividades, que se repetem há mais de um século e mobilizam a cidade inteira.
A oficialização do título de patrimônio cultural consolida o novenário como referência para o Acre e para a região amazônica. O evento é considerado o segundo maior ato de fé da Região Norte, atrás apenas do Círio de Nazaré, em Belém, e se tornou elemento de identidade cultural e social para a população. Muitos moradores relatam vínculos de longa data com a festividade, que é transmitida de geração em geração como forma de manter a tradição e reforçar os laços comunitários.
Presente nas celebrações, o governador Gladson Cameli destacou a relevância da decisão do Estado em reconhecer o valor histórico e cultural do novenário. Segundo ele, o ato de oficializar a festa como patrimônio imaterial garante a preservação da tradição e valoriza a fé que marca a vida de milhares de acreanos.
O reconhecimento estadual, ao mesmo tempo em que assegura a proteção da celebração, amplia sua projeção para além das fronteiras religiosas, inserindo o novenário de Nossa Senhora da Glória no rol das manifestações culturais que simbolizam o Acre. Para a comunidade de Cruzeiro do Sul, a festa mantém-se como um momento de devoção, encontro coletivo e reafirmação da identidade regional.
