A taxa de inadimplência entre micro e pequenas empresas caiu em agosto e atingiu um dos menores níveis desde o início da série histórica da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae desde 2022. O levantamento mostra que 21% dos empreendimentos estavam com dívidas ou empréstimos em atraso, percentual próximo ao registrado no mesmo mês do ano anterior, quando a inadimplência alcançou 20%.
O estudo também revela que o peso das dívidas nos custos mensais diminuiu. Em agosto, 46% dos empresários declararam que os débitos correspondiam a menos de 30% das despesas, um avanço em relação à edição anterior, divulgada em maio, e à primeira rodada da pesquisa. A melhora está associada à ampliação do acesso ao crédito, segundo o presidente do Sebrae, Décio Lima. “O crédito é inclusão para os pequenos negócios, é a construção de sonhos. A política de crédito que estamos desenvolvendo representa a abertura das portas dos bancos, que estavam fechadas para as micro e pequenas empresas”, afirmou.
Nos últimos dois anos, o Sebrae disponibilizou mais de R$ 6 bilhões em crédito para micro e pequenas empresas, por meio de mais de 80 mil operações. Segundo Lima, a meta é dobrar esse volume até dezembro. Ele ressaltou que o setor é responsável direto pela geração de empregos e renda. “Já ultrapassamos os R$ 6 bilhões e vamos chegar em dezembro com R$ 12 bilhões de crédito para as micro e pequenas empresas. Temos de apoiar quem mais gera empregos no país”, disse.
A pesquisa também avaliou o estado de espírito dos empreendedores. Menos da metade (43%) declarou preocupação com o futuro. Outros 28% se disseram aliviados, 21% afirmaram perceber aspectos positivos na crise e 8% demonstraram entusiasmo. O levantamento foi realizado de 18 a 31 de agosto, com a participação de 6.173 empresários de todos os estados e do Distrito Federal. Entre os respondentes, 54% são microempreendedores individuais (MEI), 38% microempresas (ME) e 7% empresas de pequeno porte (EPP).