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Lula anuncia medidas emergenciais de amparo às comunidades indígenas: ‘É desumano o que eu vi’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou neste sábado em Boa Vista, Roraima, para visitar terras indígenas ocupadas pelos Yanomami, que têm enfrentado graves problemas de saúde. Na primeira agenda, o petista visitou o hospital indígena e a Casa de Apoio à Saúde Indigena. O principal objetivo da visita é o anúncio de ações emergenciais para a população Yanomami.

— Eu vim pra cá para dizer que vamos tratar os nossos indígenas como seres humanos, responsáveis por parte daquilo que somos. É desumano o que eu vi aqui. O presidente que deixou à presidência esses dias, se ao invés de fazer tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui, quem sabe esse povo não estivesse abandonado como está — afirmou o presidente durante a visita.

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Na sexta-feira, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública, após a equipe da pasta identificar crianças e idosos das terras indígenas em estado grave de saúde, incluindo casos de malária, infecção respiratória aguda e desnutrição.

A região Yanomami conta com aproximadamente 30,4 mil habitantes, segundo o Ministério. No ano de 2022 foram registrados 11.530 casos de Malária no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami.

O presidente Lula também reafirmou a sua promessa de combater o garimpo ilegal, fator apontado como responsável pelos problemas de saúde na camunidade. Segundo estudo divulgado em 2022 pela Fiocruz, a pesca em três de quatro pontos na Bacia do Rio Branco, que perpassa os territórios Yanomami, apresentou concentrações de mercúrio maiores ou iguais ao limite estabelecido pela OMS.

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— Nós vamos levar muito a sério esse história de acabar com o garimpo ilegal. Mesmo que seja uma terra que tenha autorização para pesquisa, eles podem fazer pesquisa sem destruir a água, a floresta, e sem colocar em risco a vida das pessoas — disse Lula.

O Ministério da Saúde criou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami), que terá a responsabilidade de articular ações integradas com os gestores de âmbito estadual e municipal do SUS.

O presidente também instituiu por decreto, nesta sexta-feira, o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami.

O grupo interministerial deve trabalhar e apresentar um plano de “ações estruturantes” para atenuar os problemas sociais e de saúde nas comunidades indígenas no prazo de 45 dias, incluindo articulação com órgãos públicos de saúde. A vigência de atuação do Comitê será de 90 dias, com possibilidade de prorrogação.

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“É muito triste saber que indígenas, sobretudo 570 crianças Yanomami, morreram de fome durante o último Governo. Tomaremos medidas urgentes diante dessa terrível crise humanitária imposta contra nossos povos, oferecendo todo suporte necessário a eles”, declarou em nota a ministra Sonia Guajajara.

O Comitê de Coordenação Nacional, instituído pelo presidente, será composto por representantes de vários Ministérios. Na lista estão: Casa Civil; Ministério dos Povos Indígenas; Ministério da Saúde; Ministério da Defesa; Ministério da Justiça e Segurança Pública; Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Fonte: O Globo

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Foto: Ricardo Stuckert 

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