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Notícia

Pesquisa registra Rhodnius montenegrensis no Peru e identifica T. cruzi em áreas periurbanas

Pesquisadores liderados por Dionatas Meneguetti, da Universidade Federal do Acre (Ufac), relataram o primeiro registro do inseto vetor Rhodnius montenegrensis no Peru e identificaram infecção por Trypanosoma cruzi e alimentação com sangue humano em áreas periurbanas na faixa de fronteira, em artigo publicado na revista Acta Tropica em 2 de setembro de 2025.

O trabalho, realizado na região de tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia, acrescenta uma espécie à lista peruana de triatomíneos, que passa de 18 para 19, e amplia para três o número de países com ocorrência do R. montenegrensis, ao lado de Brasil e Bolívia. O artigo, intitulado “Rhodnius montenegrensis Rosa et al., 2012 (Hemiptera, Triatominae) in Peru: a warning for the transmission of Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909) (Kinetoplastida, Trypanosomatidae) in periurban areas”, está disponível na Acta Tropica.

Os autores registram dois elementos com impacto direto sobre vigilância: a positividade para T. cruzi no vetor e a confirmação de sangue humano como fonte alimentar, fatores que demandam atenção de programas binacionais de controle. “Esse achado é importante não apenas por relatar uma nova ocorrência de triatomíneos para o Peru, mas também por comprovar que esses insetos estão se alimentando de sangue humano em uma região de divisa com o Brasil, o que demonstra a necessidade de intensificação da Vigilância Epidemiológica na região”, afirmou Meneguetti.

Segundo o pesquisador, o artigo integra uma linha de investigação sobre doença de Chagas na Amazônia e novos resultados estão em fase de submissão e escrita, com foco em ampliar a base de evidências para políticas de profilaxia e atenção nos territórios estudados. “Esse é apenas o primeiro artigo publicado desse projeto. Outros já estão submetidos e em fase de escrita, e em breve serão publicados novos dados relevantes para o conhecimento e a profilaxia da doença de Chagas nas regiões pesquisadas”, disse.

O estudo faz parte do projeto “Amazônia +10 no contexto das doenças negligenciadas: caracterização entomoepidemiológica da doença de Chagas em regiões amazônicas de fronteira (Brasil-Bolívia e Brasil-Peru)”, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac) no âmbito da Iniciativa Amazônia +10.