O setor de serviços registrou crescimento de 0,1% em agosto, completando sete meses consecutivos de alta e acumulando expansão de 2,6% no período, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (14). O segmento, que reúne atividades como transporte, turismo, tecnologia da informação e alimentação, atingiu o maior patamar já registrado, ficando 18,7% acima do nível pré-pandemia de fevereiro de 2020.
O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, afirmou que “a leitura é de um setor de serviços que permanece resiliente, forte, que renova a série histórica”. Das cinco atividades pesquisadas, quatro apresentaram crescimento: serviços prestados às famílias (1%), profissionais e administrativos (0,4%), transportes, armazenagem e correio (0,2%) e outros serviços (0,6%). O índice de atividades turísticas também cresceu 0,8% em agosto e está 11,5% acima do patamar anterior à pandemia.
Enquanto o setor de serviços se expande, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou em outubro leve alta de um ponto, alcançando 47,2 pontos, mas permanece abaixo da linha de 50, que separa confiança de falta de confiança. É o décimo mês consecutivo em que o indicador se mantém em campo negativo.
De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, ainda é cedo para falar em recuperação. “O final do ano costuma ser mais favorável para a indústria e isso costuma se refletir nas expectativas. É possível que o Icei melhore, mas não que essa falta de confiança que vem desde o início do ano se reverta”, disse Azevedo.
Os componentes do índice mostraram melhora. O Índice de Condições Atuais subiu de 41,9 para 43,2 pontos, e o Índice de Expectativas avançou 2,9 pontos, atingindo 49,1. Mesmo assim, os números indicam que, para a maioria dos empresários, a situação atual das empresas e da economia segue pior do que há seis meses. A pesquisa ouviu 1.164 empresas industriais de diferentes portes entre 1º e 7 de outubro.
Os resultados mostram que, enquanto o setor de serviços sustenta a retomada do crescimento e amplia o recorde histórico, a indústria mantém cautela, refletindo um cenário de contrastes entre as principais atividades econômicas do país.