A Embrapa Rondônia desenvolveu um novo indutor de ovulação, denominado Promov, que apresentou aumento de até 9% na taxa de prenhez de vacas submetidas à Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), em comparação a produtos já utilizados no mercado. Em testes com mais de 1,5 mil animais, a taxa média de prenhez foi de 62%, contra 56% obtidos com protocolos convencionais.
O Promov combina, em uma única aplicação intramuscular, dois hormônios já conhecidos na reprodução bovina: a prostaglandina e o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). De acordo com o pesquisador Luiz Francisco Pfeifer, responsável pelo desenvolvimento, a inovação está na formulação que reúne os dois princípios ativos, potencializando seus efeitos. A prostaglandina continua a ser utilizada de forma convencional no protocolo de IATF, mas no novo produto ela também atua como adjuvante na indução da ovulação.
Segundo Pfeifer, foram realizados 12 experimentos para avaliar o mecanismo de ação e a eficácia da formulação. Os resultados indicam que, além de melhorar a taxa de prenhez, o Promov mantém a aplicação simplificada e pode ser produzido a partir de insumos já disponíveis no mercado. O custo final dependerá de acordos com empresas parceiras para licenciamento e produção, mas a expectativa é que o preço seja próximo ao de produtos atuais.
A Embrapa já registrou o pedido de patente e busca parceiros privados para codesenvolver e comercializar o produto. A expectativa é que a tecnologia também possa ser aplicada em outras biotécnicas reprodutivas, como a sincronização de receptoras de embriões, e em diferentes espécies, incluindo ovinos, caprinos e equinos.
Com o maior rebanho bovino do mundo, o Brasil tem na IATF uma ferramenta estratégica para elevar a produtividade e a qualidade genética do gado. Tecnologias como o Promov podem ampliar a eficiência da pecuária nacional, especialmente em sistemas de cria, contribuindo para ganhos econômicos e produtivos.