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Cultura

Iniciativas públicas e comunitárias aproximam brasileiros dos livros

O Brasil tem 6.021 bibliotecas públicas e comunitárias registradas e aptas a receber acervos do Programa Nacional do Livro e do Material Didático, política ampliada em 2024 pelo Decreto nº 12.021 para incluir essas unidades do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, com a finalidade de atualizar acervos e ampliar o acesso à leitura.

No Rio de Janeiro, a biblioteca comunitária Atelier das Palavras, no morro da Mangueira, fundada por Kely Louzada, foi uma das 300 selecionadas no prêmio Pontos de Cultura de 2024 e recebeu R$ 30 mil para reforçar o acervo, mantendo atividades voltadas a crianças e jovens. Kely relatou que a manutenção das estantes ocorre com doações e parcerias públicas. “A gente trabalha muito com doação, mas temos também uma parceria com as secretarias de Cultura do estado e do município, que nos ajudam a estar sempre renovando a nossa estante”, disse, ao citar os acervos patrocinados pelo PNLD e repassados pelas secretarias de Cultura e Educação.

A rotina do espaço também envolve quem cresceu frequentando a biblioteca. “Comecei a ajudar aqui desde criança, onde passava muito tempo do meu dia. Hoje, posso retribuir tudo que aprendi na infância, mostrando para as crianças que a leitura faz diferença, e que aqui é um espaço onde a gente pode acolher com livros”, afirmou Jorge Henrique, estudante universitário que trabalha no Atelier das Palavras.

Segundo o Ministério da Cultura, a inclusão das bibliotecas comunitárias no PNLD busca atualizar e ampliar os acervos de forma regular e gratuita. “Desde 2024, as bibliotecas comunitárias passaram a receber livros literários para atualizar e ampliar seus acervos”, assinalou Fabiano dos Santos Piúba, secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura.

Pesquisas recentes indicam demanda por leitura. A edição de 2024 de Retratos da Leitura no Brasil apontou que 85% dos entrevistados gostariam de ler mais livros, e o Panorama do Consumo de Livros da Câmara Brasileira do Livro registrou que 84% consideram a leitura importante para carreira, lazer e aprendizado. Para a presidente da entidade, Sevani Matos, bibliotecas e livrarias “criam espaços de encontro com o livro e formam leitores em diversas regiões do país”, embora persistam obstáculos de acesso e desigualdade.

As ações articuladas entre poder público, redes comunitárias e o setor do livro indicam expansão do atendimento e da circulação de acervos em territórios diversos, com potencial de fortalecer a formação de leitores e o direito de acesso aos livros em âmbito nacional.

Fonte: Agência Brasil