O estado do Acre enfrenta uma das piores crises ambientais dos últimos anos, com a combinação de uma seca prolongada e incêndios florestais que vêm destruindo grandes áreas de vegetação em várias regiões. Municípios como Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, no Vale do Juruá, têm sido fortemente afetados, levando as autoridades locais e estaduais a adotarem medidas emergenciais.
Em Cruzeiro do Sul, foi criado um Gabinete de Crise para coordenar as ações de resposta aos incêndios e à seca. A prefeitura mobilizou 15 órgãos, entre eles o Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros e diversas secretarias municipais, para atuar de forma integrada. O principal objetivo é mitigar os impactos da crise ambiental, que afeta diretamente a saúde da população e ameaça a infraestrutura local.
O Corpo de Bombeiros, em conjunto com moradores e brigadistas, está utilizando técnicas de aceiro para controlar os focos de incêndio. Essas ações têm sido essenciais para evitar que o fogo se alastre para áreas residenciais. Mesmo com esses esforços, já foram destruídos 15 hectares de vegetação na Vila Pentecostes, em Cruzeiro do Sul, e 14 hectares no Parque Nacional da Serra do Divisor, em Mâncio Lima.
Além dos impactos ambientais, a crise tem consequências sociais, como a suspensão de aulas em escolas da região devido à poluição gerada pelas queimadas. As operações de combate ao fogo continuam com o apoio de drones e maquinários, e as autoridades locais estão em alerta para proteger a população e evitar maiores danos.
O Acre é um dos estados que também foi convocado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar informações sobre as medidas adotadas para combater os incêndios florestais. A decisão do STF faz parte de uma iniciativa de monitoramento das políticas públicas voltadas à preservação ambiental e ao combate às queimadas, que têm afetado a Amazônia e outras regiões do país.
Com a estiagem prolongada e a previsão de pouca chuva, o desafio das autoridades acreanas é intensificar o monitoramento e continuar mobilizando recursos para conter o avanço dos incêndios e reduzir os impactos ambientais e sociais da crise.