Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que o Acre registrava, em 2019, 51.113 hectares de vegetação secundária com mais de seis anos sob alta pressão de conversão para uso agrícola. A maior parte dessa área está concentrada no Vale do Acre, que reúne 38.517 hectares.
O levantamento integra o projeto Amazônia 2030, que propõe estratégias para o desenvolvimento sustentável da região. Além das áreas sob alta pressão, o estudo identificou outros 143.018 hectares de vegetação secundária sob baixa pressão no estado.
Segundo a análise, parte significativa da vegetação sob risco está localizada em assentamentos rurais, propriedades privadas e, principalmente, em áreas públicas não destinadas e vazios fundiários. Na Amazônia Legal, 549 mil hectares de vegetação secundária sob alta pressão estão nessas condições, sendo 16% em áreas públicas não destinadas e 12% em regiões sem definição fundiária.
A indefinição sobre o uso dessas áreas aumenta a vulnerabilidade à supressão da vegetação. Os pesquisadores recomendam que esses territórios sejam incorporados a políticas de conservação e uso sustentável, com base em planejamento de paisagem e ordenamento territorial.
Entenda o contexto
A vegetação secundária, também chamada de capoeira, é composta por áreas em regeneração após desmatamento ou uso agrícola anterior. Embora tenha capacidade de recuperação ecológica, essas áreas são frequentemente visadas para novos ciclos de exploração. O monitoramento dessas regiões é fundamental para conter o avanço da fronteira agrícola e contribuir para metas de proteção ambiental e redução do desmatamento na Amazônia.