Durante a Semana do Clima em Nova York, representantes do Acre participaram de eventos voltados à comercialização de créditos de carbono. O encontro reuniu autoridades e especialistas para discutir o financiamento de políticas climáticas, destacando os avanços na implementação do sistema de REDD+ Jurisdicional no estado.
O presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Leonardo Carvalho, compartilhou a experiência do Acre na condução do processo de certificação de créditos de carbono. A expectativa é que o estado se torne o segundo na Amazônia a acessar o mercado internacional de créditos de carbono, após cumprir uma série de requisitos estabelecidos por organizações internacionais.
Carvalho apresentou o progresso do Acre em relação ao padrão ART Trees, que certifica projetos de redução de emissões com base em critérios de excelência ambiental. Ele destacou que o processo tem sido conduzido com salvaguardas socioambientais, respeitando as populações locais e indígenas, e que o diálogo com a sociedade civil tem sido parte essencial para garantir a transparência.
Além das palestras, o IMC participou de reuniões técnicas com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Esses encontros reforçaram a parceria internacional no processo de certificação dos créditos de carbono do Acre, assegurando o cumprimento de normas jurídicas e ambientais.
Felipe Guntin, analista técnico do Pnuma para a América Latina, destacou o papel do Acre na criação de políticas públicas que combinam conservação ambiental e desenvolvimento econômico. Segundo ele, o estado serve como modelo para outras regiões da Amazônia e para o cenário internacional.
A Semana do Clima, que ocorre até 29 de setembro, debate o futuro das políticas climáticas globais, com foco na transição para uma economia de baixo carbono e na implementação de mecanismos financeiros para o combate às mudanças climáticas. Como parte dos próximos passos, o Acre planeja realizar, ainda em 2024, oficinas participativas com populações tradicionais e indígenas para alinhar suas políticas com as demandas socioambientais e garantir a segurança jurídica no processo de venda de créditos de carbono.