O Brasil voltou a ser retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme divulgado durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares, realizada em Adis Abeba, Etiópia. O relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que menos de 2,5% da população brasileira está em situação de subalimentação – indicador que considera o consumo insuficiente de calorias para manter uma vida ativa e saudável.
Essa mudança de status internacional ocorre após o país ter sido reincorporado ao Mapa da Fome entre 2018 e 2020, em decorrência do agravamento da insegurança alimentar no período. Segundo dados recentes, a geração de emprego e renda por meio dos pequenos negócios teve papel relevante na reversão desse cenário.
De acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, em 2024, mais de 1,2 milhão de pessoas foram contratadas em micro e pequenas empresas, número próximo ao de beneficiários do Bolsa Família que conseguiram inserção no mercado de trabalho formal. Entre os meses de junho e julho deste ano, cerca de 958 mil famílias deixaram de receber o benefício, sendo que mais da metade saiu do programa devido à melhoria de renda familiar por meio de trabalho ou empreendedorismo.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou que o fortalecimento dos pequenos empreendimentos foi decisivo para a superação da fome no Brasil. Segundo ele, as políticas de apoio ao setor têm impulsionado transformações estruturais na economia, promovendo inclusão produtiva e contribuindo para o crescimento do país. “Já superamos parte dos desafios imediatos com a retomada do crescimento e a redução do desemprego. Agora, o foco é a transformação da estrutura produtiva, com inovação e diversificação econômica”, afirmou.
Levantamento realizado pelo Sebrae em 2023 estima que cerca de 95 milhões de brasileiros – quase metade da população – são impactados direta ou indiretamente pelos microempreendedores individuais (MEIs) e pelas micro e pequenas empresas. O número representa crescimento de 10% em relação à estimativa de 2021. Atualmente, o setor responde por 26,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.