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Meio ambiente

Escola da Floresta recebe missão técnica do Sebrae e representantes da COP30 em Santarém

A Escola da Floresta, localizada em Alter do Chão, no município de Santarém (PA), recebeu nesta sexta-feira (17) uma delegação composta por representantes do Sebrae Nacional e enviados da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). A visita fez parte da missão técnica do projeto Bioma Amazônico, promovido pelo Sebrae Nacional e pelo Sebrae Pará, com o objetivo de impulsionar a bioeconomia no Baixo Amazonas.

A comitiva contou com a presença do presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, do diretor técnico Bruno Quick e dos enviados da COP30 Sérgio Xavier e Philip Yang, além de representantes de órgãos federais e instituições parceiras. Durante a visita, os participantes conheceram o trabalho educacional da Escola da Floresta, apresentado pela professora Márcia da Silva Mota Mendes, e participaram de um plantio simbólico de mudas de espécies nativas da região.

Criada há 17 anos, a Escola da Floresta adota uma metodologia de ensino voltada à vivência ambiental, substituindo o modelo tradicional por atividades pedagógicas na natureza. Segundo a professora Márcia Mendes, o objetivo é formar cidadãos conscientes sobre a conservação da Amazônia e o uso sustentável de seus recursos. “As crianças que vêm aqui todos os dias precisam ser educadas ambientalmente, porque são elas que vão multiplicar essa ideia. São os estudantes que vão transmitir o que aprenderam aqui”, afirmou.

O projeto recebe alunos da rede municipal e estadual, além de estudantes de institutos federais e universidades brasileiras e estrangeiras. “Recentemente, tivemos aqui estudantes de arquitetura de uma universidade inglesa e intercambistas de uma universidade canadense de Quebec”, destacou Márcia.

Durante a missão, o grupo também visitou outras iniciativas do Sebrae na região, como a Oka Hub — incubadora de startups da floresta —, o projeto de quintais produtivos, que atende atualmente 30 agricultores com metodologia replicável, e o Projeto de Carbono Social, voltado à valorização do carbono gerado por comunidades locais.

O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, ressaltou a relevância do trabalho desenvolvido pela escola. “A luta pela sustentabilidade é uma luta desigual na vida de todos nós e do planeta. É uma luta contra os gigantes, contra a acumulação de riqueza, contra um protagonismo econômico, do qual somos apenas um processo de resistência”, declarou. Ele afirmou que o Sebrae pretende apoiar a iniciativa: “Essa escola não pode ficar sem o nosso apoio. Ela é um instrumento importante hoje na disputa da hegemonia pela sustentabilidade.”

O presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Edivan Silva de Carvalho, também destacou o papel do projeto. “Foi estratégico que o Sebrae nos oportunizasse conhecer mais essa iniciativa amazônica. A escola possibilita que as nossas crianças possam ter essa vivência relacionada à conservação e à produção sustentável”, disse. Segundo ele, a COP30 será marcada pela participação de movimentos sociais e comunidades tradicionais: “Ao contrário das duas últimas COPs, essa vai ser a COP do povo, dos movimentos sociais, a COP dos povos da floresta.”