Nos dois primeiros meses de 2025, o Acre exportou mais de US$ 15 milhões, superando em 93% o valor registrado no mesmo período de 2024, que foi de US$ 7,8 milhões. O volume é o maior da série histórica iniciada em 1997 pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
No mesmo período, as importações totalizaram US$ 270.961, menor valor dos últimos três anos. Com isso, a balança comercial do estado (exportações menos importações) fechou em US$ 14.880.600, também o maior valor já registrado para o período desde 1997.
Principais produtos exportados
Os produtos com maior crescimento nas exportações foram carne bovina, castanha e carne suína. A carne bovina teve um aumento superior a 1000%, seguida pela castanha, com 93,6%, e a carne suína, com 51,3%. Em contrapartida, as exportações de madeira apresentaram queda de 32,8%, refletindo a situação do mercado. A soja também teve redução de 93,4% no período, o que, segundo a análise, ocorre porque a colheita ainda está em andamento. A expectativa é que o grão tenha maior participação nas exportações nos próximos meses, assim como o milho.
Destinos das exportações
Os produtos acreanos foram destinados a 10 blocos econômicos, entre eles América do Sul, Comunidade Andina das Nações (CAN), Europa, África, Ásia, Oriente Médio, América do Norte, Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Mercado Comum do Sul (Mercosul) e União Europeia. O Acre não registrou exportações para a Oceania nem para a América Central e Caribe.
Portos e alfândegas utilizadas
Os produtos acreanos foram exportados por 12 alfândegas. Assis Brasil foi a mais utilizada, concentrando 37% do valor total exportado. Em seguida, vieram o Porto de Santos (30,7%), São Sebastião (16,4%) e o Porto de Manaus (5,4%). Outras oito alfândegas, incluindo Porto de Paranaguá, Chuí, Aeroporto de Guarulhos, Epitaciolândia, Porto de São Francisco do Sul, Foz do Iguaçu, Belém e Fortaleza, responderam por 10,4% das exportações.
Perspectivas para o mercado externo
O cenário internacional aponta novas oportunidades para os principais produtos exportados pelo Acre. Há possibilidade de ampliação das vendas de carne bovina para Chile, Japão, Vietnã e Coreia do Sul. A produção de soja pode atingir 64 mil toneladas em 2025, um aumento de quase 6% em relação a 2024, impulsionado por condições climáticas favoráveis e expansão da área plantada. No segmento de carne suína, mercados como Filipinas, México e Hong Kong estão abertos para a carne brasileira, e frigoríficos acreanos buscam acesso a esses compradores.
A castanha acreana enfrenta concorrência da Bolívia, e especialistas avaliam que melhorias na logística e na qualidade do produto podem ampliar sua participação no mercado internacional. Para a madeira, há expectativa de crescimento de 5,44% nas exportações brasileiras, o que pode favorecer o setor no Acre.
As informações foram analisadas por Orlando Sabino e publicadas no portal ac24horas.
