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Industria

Governo federal avança em projeto de ferrovia bioceânica que ligará o Acre ao Pacífico

Em evento realizado no Palácio do Planalto, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reafirmou a importância estratégica da ferrovia bioceânica, que terá passagem pelo Acre e ligará o Brasil ao Oceano Pacífico, via Peru. O projeto é desenvolvido em cooperação com a China e busca fortalecer a integração logística nacional, com foco no desenvolvimento regional.

A ferrovia integra o eixo de ligação entre o porto de Ilhéus (BA) e o porto de Chancay (Peru), passando por estados como Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Segundo Tebet, o Brasil tem uma dívida histórica com as regiões do interior, e a ferrovia representa uma resposta concreta para enfrentar as desigualdades estruturais no país. “Não há justiça social sem desenvolvimento regional. E isso não acontece apenas com rodovias”, afirmou.

A proposta é parte do programa Rotas de Integração Sul-Americana, coordenado pelo Ministério do Planejamento em parceria com a Casa Civil e o Ministério dos Transportes. O traçado da ferrovia será conectado à malha já existente, incluindo a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), ampliando a capacidade de escoamento da produção nacional.

Um memorando de intenções foi assinado com a China para a elaboração de estudos técnicos sobre o projeto. A estatal chinesa responsável pelos estudos, a China Railway Economic and Planning Research Institute, tem atuação reconhecida em planejamento ferroviário. A previsão é de que a ferrovia bioceânica se integre à infraestrutura já presente na região do Acre, como a BR-317 e a BR-364, até a fronteira com o Peru.

Para Tebet, o investimento em logística intermodal — que combina rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos — é essencial para conectar as diferentes regiões do país e aproximar o Brasil dos seus vizinhos sul-americanos e dos mercados asiáticos. “Estamos falando de ligar Xangai à Xangai. Da China ao Brasil e do Brasil à China”, disse.

O projeto está incluído nos planos do Novo PAC e do Plano de Transformação Ecológica. A expectativa é que a nova rota ferroviária reduza custos logísticos, facilite o comércio exterior, fortaleça a integração regional e amplie a competitividade do país nos mercados internacionais.