O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), iniciou neste mês o projeto “Elas Constroem”, voltado exclusivamente para a inserção de mulheres no setor da construção civil, historicamente marcado pela baixa participação feminina. A proposta oferece cursos de qualificação em 11 estados brasileiros, com turmas exclusivas e metodologias adaptadas, buscando ampliar o acesso a oportunidades de emprego e garantir autonomia financeira.
Segundo o diretor geral do SENAI, Gustavo Leal, a iniciativa representa uma resposta estratégica diante da carência de mão de obra especializada no setor. “O projeto contribui para a conscientização e mudança de cultura necessárias à inclusão feminina na construção. Além de formar novas profissionais, promove diversidade, fortalece a indústria e oferece oportunidades para mulheres”, afirmou.
As formações seguem a metodologia “Aprendendo a Construir”, que contempla quatro ocupações: pedreiro de alvenaria, carpinteiro de obras, pedreiro de acabamento e execução de revestimento, e armador de ferragem. As aulas acontecem em unidades do SENAI nos estados do Amazonas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo e Sergipe. A primeira turma foi aberta em Campo Grande (MS) em 2 de agosto, e novas turmas terão início em São Luís (MA), Salvador (BA), Manaus (AM) e Curitiba (PR) nas próximas semanas.
Cada grupo reúne em média 20 alunas, e a previsão é atender 280 participantes até o fim de 2025. O acolhimento das estudantes inclui aula inaugural com orientações sobre direitos trabalhistas e noções de comportamento em canteiros de obras. Ao final do curso, um evento reunirá as participantes e empresas do setor para ampliar as chances de contratação.
O projeto faz parte do Plano Nacional de Capacitação para Construção Civil, lançado em abril, que oferece cursos gratuitos a trabalhadores de baixa renda com aulas ministradas diretamente nos canteiros. A formação, que combina videoaulas, materiais digitais e práticas supervisionadas, tem duração média de três meses e concede certificado profissional com base na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). As empresas participantes cedem espaço para as atividades e podem avaliar a possibilidade de contratar os formados.
Referência nacional em educação profissional desde 1942, o SENAI já qualificou mais de 92 milhões de trabalhadores em todo o país. Com mais de 3,1 milhões de matrículas anuais e presença em todos os estados, a instituição consolida seu papel na formação de mão de obra e no fortalecimento da indústria brasileira.
