O nível do Rio Acre atingiu a marca de 1,28 metro, a segunda menor da série histórica, na manhã desta terça-feira (10), conforme medição realizada pela Defesa Civil de Rio Branco. A capital enfrenta uma seca severa há mais de três meses, sem previsão de chuvas significativas, o que preocupa autoridades e moradores.
A menor marca histórica do Rio Acre é de 1,25 metro, registrada em 2022, e há possibilidade de o nível atual cair ainda mais, segundo as projeções da Defesa Civil. Em comparação, no mesmo período de 2023, o rio estava 31 centímetros acima do nível atual.
Os impactos da seca são amplos e afetam diretamente mais de 387 mil pessoas, principalmente nas zonas rurais. As comunidades mais afastadas têm recebido apoio de carros-pipa para o fornecimento de água. Além da falta de água, a seca prejudica a produção agrícola e o transporte de mercadorias, provocando prejuízos econômicos.
Em relação ao abastecimento de água em Rio Branco, o Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa) já enfrentou desafios semelhantes em 2016, quando o rio atingiu a marca de 1,30 metro, à época considerada a pior da história. A resposta do órgão incluiu gastos de mais de R$ 2 milhões em equipamentos e insumos para garantir a manutenção do fornecimento de água.
As autoridades estão em alerta máximo devido à situação do manancial, e já foi elaborado um plano de contingência caso o nível do rio continue a baixar. A seca também afeta a qualidade do ar, que chegou a 84,5 µg/m³, quase seis vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O governo do Acre decretou situação de emergência em junho, devido à falta de chuvas e à baixa dos rios, e permanece monitorando a situação. A expectativa é de que as chuvas só retornem com maior intensidade a partir de outubro, início do período chuvoso.