O governo do Acre, por meio da Fundação Hospitalar do Estado (Fundhacre), realizou na segunda-feira, 6 de outubro, a maior cirurgia de aneurisma de aorta abdominal já registrada no estado. O procedimento, de alta complexidade, foi conduzido pelos cirurgiões vasculares José Augusto e Rodrigo Mariano, com o apoio da equipe do centro cirúrgico da Fundhacre, em Rio Branco, beneficiando um paciente de 63 anos.
O aneurisma de aorta é uma dilatação anormal da principal artéria do corpo humano, responsável por transportar o sangue do coração para o restante do organismo. Quando a dilatação atinge grandes proporções, há risco elevado de ruptura, exigindo intervenção cirúrgica imediata. O caso operado na Fundhacre ultrapassava dez centímetros de diâmetro, o dobro do limite considerado crítico para rompimento.
De acordo com os médicos responsáveis, o procedimento durou cerca de cinco horas e foi realizado pela técnica aberta, que demanda estrutura hospitalar adequada e materiais específicos. José Augusto explicou que o sucesso de uma cirurgia desse porte depende não apenas da intervenção, mas também do acompanhamento posterior. “O cuidado pós-operatório é tão importante quanto o procedimento em si. O paciente precisa de vigilância contínua na UTI, de sete a dez dias, porque o risco ainda é alto nesse período. Depois disso, com o tratamento e o acompanhamento corretos, ele pode retomar a rotina normalmente”, afirmou.
Rodrigo Mariano destacou que a doença pode ser identificada precocemente por meio de exames de rotina. “A hipertensão e o tabagismo estão entre os principais fatores de risco. São coisas que dá pra evitar: controlar a pressão e não fumar. Também é importante que parentes de primeiro grau façam exames, porque é uma doença que pode ter relação familiar. Detectar cedo faz toda diferença”, disse.
Para a presidente da Fundhacre, Sóron Steiner, o procedimento representa um avanço para o sistema público de saúde no Acre. Segundo ela, o resultado é reflexo dos investimentos do governo estadual em estrutura, capacitação e valorização de equipes médicas. “Hoje conseguimos oferecer aqui o que antes só seria possível fora do Acre”, afirmou.
O paciente permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva da Fundhacre, sob acompanhamento da equipe multiprofissional da instituição.
