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Saúde

Ministério da Saúde inicia liberação de mosquitos estéreis para conter avanço do Aedes em territórios indígenas

O Ministério da Saúde iniciou, no dia 13 de dezembro de 2025, a liberação de mosquitos Aedes aegypti machos e estéreis na aldeia Cimbres, localizada no município de Pesqueira, em Pernambuco, como parte de uma estratégia para reduzir a reprodução do vetor responsável pela transmissão de dengue, Zika e chikungunya, em uma ação voltada ao fortalecimento do controle de arboviroses em territórios indígenas. A primeira etapa da iniciativa resultou na soltura de 50 mil insetos, marcando o início da aplicação da Técnica do Inseto Estéril por Irradiação em áreas indígenas do país.

Segundo informações do ministério, a técnica consiste na produção, em laboratório, de mosquitos machos esterilizados por radiação ionizante, que, ao serem liberados em grande quantidade nas áreas-alvo, acasalam com as fêmeas sem gerar descendentes, promovendo a redução gradual da população do Aedes aegypti e, consequentemente, do risco de transmissão de vírus. A expectativa é que, nas próximas fases, sejam liberados semanalmente mais de 200 mil mosquitos estéreis, ampliando o alcance da estratégia e permitindo a avaliação contínua de seus efeitos sobre os índices de infestação e de casos das doenças associadas ao vetor.

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Além da aldeia Cimbres, a tecnologia está prevista para ser implantada no território indígena Guarita, em Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, e em áreas indígenas dos municípios de Porto Seguro e Itamaraju, na Bahia. O investimento inicial informado pelo Ministério da Saúde é de R$ 1,5 milhão, valor destinado à produção dos insetos, à logística de distribuição e ao monitoramento da estratégia, que será acompanhado por equipes técnicas responsáveis por analisar os resultados obtidos em cada território.

Em comunicado oficial, a pasta destacou que a continuidade e a expansão da ação dependerão dos dados coletados ao longo da implementação, que permitirão medir o impacto da técnica na redução dos casos de dengue, Zika e chikungunya. O ministério também ressaltou que a escolha da Técnica do Inseto Estéril para áreas indígenas se deve ao fato de não utilizar inseticidas químicos, o que evita restrições ambientais e sanitárias em territórios situados em áreas de preservação e florestas, onde o uso desses produtos é limitado ou proibido.

A iniciativa se insere em um conjunto de ações adotadas pelo governo federal para enfrentar o aumento de arboviroses em diferentes regiões do país, especialmente em contextos onde as condições ambientais e sociais exigem estratégias de controle compatíveis com a preservação dos territórios e o respeito às comunidades locais. A análise dos resultados obtidos nos primeiros locais de aplicação deverá orientar decisões futuras sobre a ampliação da técnica para outras áreas com histórico de transmissão das doenças.

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