A Expoacre Juruá 2025 marcou um novo patamar para a cadeia produtiva do café no Acre. Durante os seis dias de evento, realizado em Cruzeiro do Sul, o setor cafeeiro foi responsável pelo maior volume de negócios da feira, com a assinatura de cartas de intenção que somam R$ 18 milhões. O resultado reforça o protagonismo do café na economia rural e na indústria acreana, com impacto direto sobre pequenos produtores, cooperativas e empresas de beneficiamento.
De acordo com o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita, o desempenho do setor superou todas as expectativas. “Esses R$ 18 milhões são só o começo. O café já está consolidado como produto de destaque do Acre. A Expoacre é uma vitrine, mas os reflexos desses negócios duram o ano inteiro. Temos um modelo a ser replicado e fortalecido”, afirmou.
Entre os principais compradores está o Grupo Ferlim, responsável pela marca Café Vovó Pureza. Segundo o empresário Altevir Menezes, o avanço da produção local permite que a indústria abasteça quase 100% da demanda sem depender de insumos de fora do estado. “Há alguns anos comprávamos tudo de fora, o que encarecia o produto. Hoje conseguimos comprar praticamente tudo aqui mesmo, o que muda completamente a lógica da produção”, disse.
Para os produtores, o crescimento do setor tem significado aumento da renda e valorização da terra. Jonas Lima, presidente da Cooperativa Coopercafé, destacou que áreas que antes valiam R$ 5 mil o hectare hoje chegam a R$ 20 mil nas chamadas “ilhas do café”. “O produtor está seguro, quer continuar no campo. Já conseguimos inverter a lógica: antes era o colono que vendia para o fazendeiro, agora é o contrário”, relatou.
Segundo a Coopercafé, um hectare bem manejado pode render até 100 sacas por ano, gerando cerca de R$ 100 mil de faturamento. Esses números ganham ainda mais relevância no contexto da preservação ambiental, já que o Acre mantém 85% da sua cobertura florestal.
O governador Gladson Cameli, que acompanhou a feira, também destacou o protagonismo do café na nova fase da indústria acreana. “O Juruá está mostrando que é possível gerar emprego, renda e desenvolvimento sustentável. A Expoacre Juruá é hoje a maior vitrine econômica do estado, e o café está no centro dessa transformação”, afirmou durante o encerramento do evento.
A expectativa do governo e das instituições envolvidas é que o avanço consolidado em 2025 seja o ponto de partida para um novo ciclo de expansão da produção, da industrialização e da exportação do café acreano.