O 5º Simpósio Internacional de Arqueologia da Amazônia Ocidental foi realizado nos dias 8 e 9 de julho de 2025, no Palácio da Justiça, em Rio Branco (AC), reunindo especialistas, lideranças indígenas, representantes de órgãos públicos e sociedade civil para discutir a preservação dos geoglifos e o fortalecimento de políticas públicas voltadas ao patrimônio arqueológico da região.
Organizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Ibero-Americano da Finlândia, o simpósio integra o projeto “Geoglifos: Histórias Indígenas e Paisagem na Amazônia Ocidental”, coordenado pelo professor Rhuan Carlos Lopes. A programação também homenageou a arqueóloga Denise Pahl Schaan (in memoriam), referência nos estudos da região.
Um dos principais momentos do evento foi a mesa-redonda “Políticas de preservação e gestão dos Geoglifos”, realizada no dia 9 e mediada pelo procurador da República Luidgi Merlo (MPF). Participaram representantes do Iphan, Ufac, Ibama, ICMBio e Incra, entre outros órgãos. As discussões trataram de estratégias de conservação, articulação interinstitucional, incentivo ao arqueoturismo e valorização de saberes indígenas.
Para o superintendente do Iphan no Acre, Stenio Cordeiro, o evento reforça o compromisso coletivo com o patrimônio: “Todo mundo está com o mesmo propósito: desenvolver geração de trabalho e renda, e o geoglifo é um ponto de partida. O turismo faz com que a população conheça, e, ao conhecer, preserve”, afirmou.
O simpósio também contou com conferências internacionais, exibição de documentário, lançamento de grupo de pesquisa e painéis sobre arqueoturismo e ciência indígena. O evento foi gratuito e voltado a estudantes, pesquisadores, gestores públicos e interessados na preservação cultural da Amazônia.
Os geoglifos do Acre são figuras geométricas escavadas no solo, formadas por valetas e muretas, e estão localizados especialmente na porção leste do estado. Mais de mil sítios já foram identificados. Estudos indicam que essas estruturas foram criadas há cerca de 2,5 mil anos por povos indígenas com elevada capacidade de organização social e manejo ambiental. Ainda não há consenso sobre sua função, mas acredita-se que tenham servido a rituais, encontros sociais ou habitação.
Fontes:
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), publicado em 11 de julho de 2025
ContilNet Notícias, reportagem de Suene Almeida, publicada em 11 de julho de 2025