A 15ª Reunião da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force) foi encerrada nesta sexta-feira, 23, no Teatro Universitário da Universidade Federal do Acre (Ufac), com a leitura da Carta do Acre, documento que reúne os compromissos assumidos pelos representantes de 43 estados subnacionais de 11 países.
O documento reafirma a adesão dos participantes à construção da Nova Economia Florestal, baseada na preservação ambiental, inclusão social e desenvolvimento econômico sustentável. A Carta reforça a necessidade de ampliar mecanismos de financiamento para políticas públicas que valorizem a floresta em pé e promovam benefícios diretos às populações que vivem nas áreas de floresta.
Durante a cerimônia, o governador do Acre, Gladson Cameli, atual presidente da Força-Tarefa, destacou a importância da união entre governos subnacionais, povos indígenas e comunidades locais na construção de soluções para o enfrentamento das mudanças climáticas. “O Acre faz sua parte desde 2010, com o Sisa [Sistema de Incentivos por Serviços Ambientais] e o programa de carbono, mas precisamos de mais. Precisamos de justiça climática e apoio dos que têm mais recursos”, afirmou.
O evento também oficializou o lançamento do Tropical Forest Forever Facility (TFFF), iniciativa que será apresentada pelo Brasil durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), prevista para ocorrer em Belém. O mecanismo busca captar recursos de longo prazo para financiar ações de conservação e desenvolvimento sustentável.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, presente na solenidade de encerramento, ressaltou que a Carta do Acre é um avanço no fortalecimento da governança climática e ambiental envolvendo diferentes níveis de governo, organizações da sociedade civil e comunidades tradicionais. “Aqui no Acre vimos nascer não apenas projetos, mas uma verdadeira estrutura de governança climática”, afirmou.
O encontro reuniu lideranças de estados amazônicos, países doadores como Reino Unido e Noruega, e instituições financeiras, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre os resultados anunciados está o investimento de R$ 45 milhões do Fundo Amazônia para o fortalecimento das brigadas de combate a incêndios florestais nos estados da Amazônia.
A Carta do Acre sintetiza as deliberações e compromissos estabelecidos ao longo de cinco dias de programação, que incluíram discussões técnicas sobre bioeconomia, crédito de carbono, financiamento climático e proteção dos direitos de comunidades tradicionais.