O estado do Acre registrou um aumento de quase 60% no número de focos de incêndio em setembro de 2024, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até o dia 23 de setembro, foram contabilizados 3.559 focos de incêndio, em comparação aos 2.230 focos registrados no mesmo período do ano anterior. O pico de incêndios ocorreu no dia 13 de setembro, com 411 focos em apenas 24 horas.
As queimadas têm afetado a rotina no estado. Em razão da concentração de fumaça, aulas foram suspensas em diversas cidades, como Rio Branco, Porto Acre e Bujari. As atividades escolares devem ser retomadas no dia 25 de setembro, dependendo das condições atmosféricas.
Além das queimadas, o Acre e outras regiões do Brasil enfrentam uma nova onda de calor. A partir do dia 23 de setembro, o país entrou em sua sétima onda de calor do ano, com previsão de altas temperaturas até o dia 27, segundo o Climatempo. As temperaturas podem superar em até 10°C a média histórica em algumas regiões.
As condições atmosféricas atuais são atribuídas a um bloqueio atmosférico que impede a formação de nuvens e dificulta a chegada de frentes frias na região central do Brasil. Esse fenômeno intensifica a seca e favorece o aumento das queimadas. A situação é agravada pela pior estiagem em 75 anos, que afeta diretamente a propagação dos incêndios.
O Corpo de Bombeiros, a Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) continuam atuando para combater os focos de incêndio, especialmente nas áreas florestais, onde a situação é mais crítica.
A seca e as queimadas não afetam apenas o Acre. Vários estados brasileiros enfrentam um cenário semelhante, com temperaturas elevadas e baixa umidade. Além do Acre, partes do Amazonas, Mato Grosso, Goiás e Tocantins estão entre as regiões mais afetadas pelas altas temperaturas e queimadas. A previsão é de que algumas regiões do Brasil comecem a sentir um alívio com a chegada de frentes frias a partir do dia 26 de setembro, mas o impacto das queimadas deve se prolongar.
As autoridades de saúde recomendam cuidados com a exposição ao calor e à fumaça, principalmente para grupos de risco, como crianças e idosos, que são mais vulneráveis aos efeitos da poluição causada pelas queimadas e pela seca.