A Assembleia Legislativa do Acre realizou, nesta segunda-feira (31), uma audiência pública para debater os alagamentos recorrentes em Rio Branco. O encontro reuniu representantes do Ministério Público, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, governo do Estado, prefeitura e outras instituições.
Durante a audiência, foram apresentadas propostas voltadas tanto para medidas emergenciais quanto para estratégias de longo prazo. Os participantes defenderam a integração entre os diferentes órgãos como forma de melhorar a resposta aos desastres naturais.
O deputado Afonso Fernandes (Solidariedade) afirmou que o objetivo da audiência era ouvir técnicos e moradores das áreas atingidas para buscar soluções. O parlamentar mencionou o requerimento nº 26, aprovado pela Mesa Diretora, como base para o debate.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Leonardo das Neves, destacou o trabalho do Centro Integrado de Gestão e Monitoramento Ambiental, responsável por gerar dados utilizados para projeções e planejamento. Ele relacionou a frequência das cheias e secas às mudanças climáticas e defendeu ações preventivas.
O promotor de Justiça Luis Henrique Corrêa lembrou a criação do Grupo Permanente de Resposta a Desastres (GPRD), em 2012, que atua em casos de alagações, secas, queimadas e desmatamento. O Ministério Público tem dividido o estado por bacias hidrográficas e estabelecido promotorias especializadas. Corrêa informou que o MP realiza reuniões prévias para definição de estratégias e defendeu medidas antecipadas de enfrentamento.
O comandante do Corpo de Bombeiros, Roger Freitas, propôs a criação de um plano que contemple todas as fases de desastres: prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação. Ele afirmou que os avanços tecnológicos têm contribuído para melhorar a resposta às enchentes e mencionou a elaboração de um plano operacional específico para enxurradas.
O representante da Defesa Civil, comandante Cassiano, destacou o monitoramento constante das chuvas desde as cabeceiras dos rios, inclusive nas fronteiras com Peru e Bolívia. Informou que uma sala de situação foi montada quando o Rio Acre atingiu 14 metros e que foram realizadas remoções de famílias em bairros como Ayrton Senna e 6 de Agosto. Ele também informou que já foi solicitado recurso para ações de reconstrução nos municípios afetados.
A audiência reforçou a necessidade de planejamento, monitoramento, atuação integrada entre os órgãos públicos e investimentos em prevenção para enfrentar os eventos extremos que atingem o estado.