Os mecanismos para financiamento climático e ambiental foram tema central das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante um evento na COP28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no último sábado (2). Lula enfatizou a necessidade de evitar a repetição dos modelos de funcionamento de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
“Os mecanismos de financiamento climático e ambiental não podem reproduzir a lógica excludente dessas instituições. No Conselho do Fundo Global para o Meio Ambiente, Brasil, Colômbia e Equador são obrigados a dividir uma única cadeira, enquanto vários países desenvolvidos ocupam cada um o seu próprio assento”, afirmou o presidente.
Ele também ressaltou que os quatro maiores fundos ambientais acumulam mais de US$ 10 bilhões, mas observou que países pobres enfrentam dificuldades para acessar esses recursos devido a barreiras burocráticas. Lula destacou a necessidade de um debate sobre a falta de representatividade e a urgência de reformas no Banco Mundial e no FMI, considerando o alto montante anual necessário, de US$ 4 a 6 trilhões, para que países em desenvolvimento implementem suas contribuições nacionalmente determinadas e planos de adaptação.
O presidente proferiu suas palavras durante um evento na COP28 organizado pelo G77 + China, um grupo que reúne 134 nações de países da Ásia, África e América Latina, criado em 1964 como contraponto ao G7. Nesta conferência, foi estabelecido um Fundo de Perdas e Danos para financiar medidas de compensação ambiental para países mais vulneráveis, já recebendo US$ 420 milhões em doações voluntárias. O Banco Mundial administrará o fundo, suscitando questionamentos de organizações ambientalistas sobre o acesso a esses recursos.