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Empreender

Empreendedorismo feminino impulsiona autonomia e inclusão econômica no Brasil

O empreendedorismo feminino tem se consolidado como um dos principais caminhos para a autonomia financeira e social de mulheres no Brasil. Segundo dados do Sebrae, no quarto trimestre de 2023, elas representavam 33,9% dos empregadores ou trabalhadoras por conta própria, somando 10,1 milhões de empreendedoras. Desse total, 88% atuam por conta própria, em busca de oportunidades e flexibilidade para gerar renda e sustentar suas famílias.

A gerente de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae Nacional, Georgia Nunes, explica que empreender é mais do que uma atividade econômica. “É uma ferramenta poderosa para o empoderamento, a inclusão produtiva e a redução das desigualdades de gênero. É um pilar fundamental para a conquista da autonomia financeira das mulheres, reconhecendo seu papel vital na economia e na transformação social”, afirmou.

Entre as histórias que exemplificam esse movimento está a da empresária baiana Anna Telles. Após viver em situação de rua na adolescência, ela começou a fazer tranças para sobreviver. O trabalho tornou-se fonte de renda e o ponto de partida para construir um pequeno negócio voltado para cabelos crespos e cacheados. “Empreender é um portal para a liberdade. Financeiramente, é a única forma de romper ciclos da escravidão moderna e ajudar outras pessoas a se libertarem também”, disse.

O empreendedorismo também transformou a vida de Inês Santos, moradora da Comunidade do Morro dos Macacos, no Rio de Janeiro. Sem renda e com filhos pequenos, ela iniciou a produção de bolos no pote com o incentivo de uma amiga e o apoio da ONG Anjos da Tia Stellinha, que atua na inclusão produtiva de mães de favelas cariocas. “A confeitaria me salvou. Mudou tudo. Eu não queria trabalhar para os outros porque queria estar mais próxima dos meus filhos”, contou.

Outra trajetória é a de Viviana Flôr, também moradora da mesma comunidade. Ex-manicure, ela começou a produzir marmitas e sobremesas durante a pandemia, após realizar cursos on-line e presenciais de culinária. Com o apoio da família, transformou a produção caseira em uma pequena fonte de renda. “Se eu não estivesse empreendendo, com certeza estaria em depressão. Já vivemos tempos de guerra aqui na comunidade, que impactaram as minhas vendas, mas estou resgatando meus clientes”, relatou.

Essas histórias fazem parte da campanha Compre do Pequeno, promovida pelo Sebrae em outubro, mês em que se comemora o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa. A iniciativa incentiva consumidores a priorizar pequenos negócios, que representam 97% das empresas do país. Ao comprar de empreendedores locais, o consumidor ajuda a movimentar a economia, gerar empregos e fortalecer comunidades.

Georgia Nunes resume o impacto do movimento: “Quando as mulheres assumem o protagonismo de seus negócios, elas não apenas geram renda e impulsionam a economia, mas também desafiam estereótipos e redefinem seu papel na sociedade”.

Fonte: Sebrae