Rio Branco (AC), 23 de maio de 2025 – A trajetória de Marluce Feitosa marcou o evento promovido pela Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), nesta sexta-feira, 23, na Escola do Poder Judiciário (Esjud), em alusão ao Dia Nacional da Adoção. Ao compartilhar sua experiência com a adoção, Marluce destacou a força que encontrou nos filhos: “Eu dizia para mim mesma que tinha duas crianças e não podia abandonar”.
Marluce contou que não tinha intenção de adotar até conhecer Daniele e Daniel, um casal de gêmeos acolhido no Educandário Santa Margarida. Após a adoção, enfrentou um câncer e afirmou que a presença das crianças foi determinante para sua recuperação: “Logo quando eu adotei os dois, eu caí numa enfermidade e foi por ter eles dois que eu tive forças”.
Atualmente com 61 anos, Marluce relembra com emoção quando os filhos chegaram em sua casa, aos cinco anos. “A proporção de que as crianças chegam na sua vida, a gente sente aquele amor. Eles me ensinaram muito! Então, o amor que eu tenho por eles e eles têm por mim é isso: eles não me deixam e eu também não deixo eles por nada”.
O evento contou também com apresentações culturais do Coral Vozes do Povo e do Coral Filhos da Esperança, composto por crianças acolhidas no Educandário. O juiz Jorge Lima, responsável pela 2ª Vara da Infância e Juventude, destacou a relevância da campanha: “Que essa campanha ajude a aumentar a procura e essa realidade de transformação seja realidade para mais famílias acreanas”.
Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) indicam que, no Brasil, há 34.523 crianças e adolescentes em acolhimento, sendo 5.286 disponíveis para adoção. No Acre, são 127 acolhidos, dos quais 13 estão aptos para adoção.
A vice-presidente do TJAC e coordenadora da Infância e Juventude, desembargadora Regina Ferrari, reforçou o convite ao programa “Família Acolhedora” e ressaltou a responsabilidade das instituições: “Cada processo que tramita em nossas mãos representa sonhos e colaboram para o nosso propósito aqui”.
O evento integra a campanha nacional promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que neste ano enfatiza a adoção tardia com o slogan “Adotar é amor – Um lar que nasce do coração”.